17.2.13

Sei que um dia os teus pensamentos mais profundos ainda te levaram até mim, num dia em que a solidão for maior que os  mil e um planos que ocupam os teus dias, tenho a certeza que te lembrarás de mim. Até lá, estarei eu, a viver a minha vida contigo no meu pensamento, a tentar esquecer e a tentar tirar da cabeça o que o coração insiste em guardar. Sei que nesse dia a carência se apoderá de ti, como se tem apoderado de mim e aí talvez sintas falta do meu abraço apertado que te entregava ao final de alguns dias, aquele que dizias fazer-te esquecer do mundo lá fora e que designavas como o melhor para tirar da cabeça as coisas más e te fazia sentir capaz do que quer que fosse. Talvez te lembres até do meu sorriso e dos meus olhos brilhantes que tanto dizias adorar, das expressões do meu rosto que tanto descrevias como "lindas" e talvez essas recordações te façam prender por horas a fio a todo o tipo de pensamentos. Talvez te percas neles, como eu me perco todos os dias ao deitar ou, todos os dias ao acordar. Talvez te lembres do meu carinho que não era, de todo, igual ao dos filmes perfeitos ou ao de raparigas que já tiveste em tempos, mas que te fazia sorrir ao voltares para casa e te dava a sensação de que ao meu lado eras "felizardo" e que não precisavas de mais nada. Talvez te lembres da paz que todos estes momentos causavam em ti e que faziam todos os esforços e discussões valerem a pena quando, dois simples olhares se cruzavam em dias em que o sol já estava escondido e o frio se apoderava dos nossos corpos. Talvez ao te lembrares disto te de um aperto no peito, uma pausa na respiração e talvez, nesse dia, desejes fechar os olhos e peças para que, quando os abras, tudo isto esteja de volta. Todos os sorrisos, brincadeiras, a forma como me derretia nos teus braços ou até, vê la tu... simples discussões. A isto chama-se saudades, aquilo que tanto te falo e que tanto digo sentir. Uma palavra que preencherá dias e horas, que te fará sentir vazio e sozinho e se formos ainda mais longe, te voltará a mostrar o que é chorar por mim. E, como não tens o que mais queres e desejaste em tempos, vais-te apoiar nesses teus vícios que regem os teus dias. Nos amigos que dizem para me esqueceres e que mereces melhor. No silencio que achas mais reconfortante. Vais defender tudo isso como se fosse a tua própria vida, vais acreditar que não dá e que é melhor assim, com todas as tuas forças. Sim, mesmo sabendo que do outro lado está a pessoa que te ama e que se sacrifica entre lágrimas e dor por ti e que no fundo, tu também amas. A pessoa que discute contigo por tudo e por nada, que sente ciumes de todas, que não mostra o quanto vales para ela e que diz que és uma desilusão, aquela que nunca te levou à casa dela, nem nunca te levou a jantar nem a passear a Lisboa e que destruiu o teu presente do dia dos namorados, aquela que disse que não valias nada e que estragou uma relação... sim, essa mesma pessoa que se perde em atitudes parvas por não aguentar um dia sem ti. Nesse dia, talvez deixes de pensar em todos os meus erros e falhas, na monotonia que esta relação se tornou e te lembres das coisas boas que também passamos e que afinal, por mais incrível que pareça, temos um passado bom, demasiado bom. Se nesse dia a saudade der cabo de ti e as forças se apoderarem de ti e finalmente te sintas pronto... não me digas nada, vem ter comigo e beija-me. 

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